terça-feira, 28 de abril de 2009
Os diagnósticos possíveis são muitos. Os prováveis são alguns. São várias as teorias e elas vêm de todo lugar, mas só uma realmente vale alguma coisa - a minha. O problema é que eu não fico o dia inteiro bolando teorias sobre o meu funcionamento. Eu não tento fundar minhas atitudes em algum padrão de comportamento ou cartilha. Eu simplesmente vou lá e faço. Eu simplesmente fico aqui e digo. Sento-me em um banco e sinto. E não há um padrão. Não é um capricho consciente, essa minha inconstância. Eu realmente gostaria de fazer sentido. Consigo ver perfeitamente o estranhamento que causo em algumas pessoas. Essa intensidade desmedida choca, e gera dúvidas acerca da autenticidade de tudo que eu sinto. Mas eu sinto. E sinto muito, tanto que chega a parecer que é mentira, encenação, que eu não sinto absolutamente nada. É como um vício, como se eu estivesse sempre procurando um motivo pra sair da normalidade, do tédio, pra transcender a vida comum e os sentimentos amenos. É como se eu me forçasse a apaixonar-me toda semana, e sempre por um novo alguém. Eu chego ao cúmulo de quase-inventar histórias, quando encontro dificuldade em vivê-las de verdade. Mas eu as invento de forma tão convincente que a maioria delas se transcreve na minha vida, nos meus dias. Eu realmente gostaria de ser compreendida. Isso me leva a concluir que somos realmente capazes de viver as histórias que inventamos, mas não como o lunático que crê ser Napoleão Bonaparte. É que com alguma insistência, um pouco de prática e um punhado de sorte, eu fui capaz de te trazer pra minha história, que acabei de começar a escrever. Você nem sabe que faz parte dela, que age conforme regem as linhas que eu escrevo, mas você já foi escalado pro seu papel, e ele é de protagonista. Eu realmente gostaria que você acreditasse em mim. Cabe a mim viver essa história, de forma tão fiel que mentira e verdade se fundam em uma narrativa com início, meio, e um fim, cujo decreto cabe à minha caneta. Cabe a você deixar-se ser escrito, e eu tenho muita coisa pra contar. E não precisa dizer que eu não te conheço, que isso não faz sentido, que eu estou enlouquecendo. Eu sei muito bem disso. Sei que os diagnósticos possíveis sao muitos e que os prováveis são alguns, mas meu médico sou eu mesma e eu acabo de receber alta. * Eu realmente gostaria.

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