quinta-feira, 31 de dezembro de 2009


Tudo volta. Procuro retornar a meu último pensamento: tinha relação com a infância e livro, eu sei. E busco. Por entre essa infinidade de formas, de signos desfeitos com que são construídos os pensamentos; por entre esse amontoado de lembranças feitas de imagens incompletas como retratos rasgados; por entre essas idéias a que faltam braços, pernas, cabeças; por entre retalhos dessa caótica colcha que é tecido o cérebro, eu busco. Sem encontrar. A segurança das coisas fáceis e simples desliza entre os dedos recusando fixar-se. Apenas fumaça subindo em lentas espirais, cada vez mais densas, tomando conta de mim, eu sei, deve ser, porque as coisas não sendo o que são outra vez me jogarão num mundo de procuras e espantos.

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