terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Um dia você vai estar sozinho, vai fechar os olhos e tudo estará negro, os números da sua agenda passarão claramente na sua frente e você não terá nenhum pra discar. Sua boca vai tentar chamar alguém, mais não há alguém solidário o bastante pra sair correndo e te dar um abraço, nem te colocar no colo ou acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar. Nessa fração de segundos, quando seus pés se perderem no chão, você vai lembrar da minha ternura e dos meu sorriso infantil. Virão súbitas memórias gostosas dos meus abraços e beijos, da minha preoucupação com você e só vão ter algumas música repetindo no seu rádio: as nossas. Em um novo momento você vai sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vai torcer bem forte para ter o nosso mundinho delicioso de novo, o nome disso é saudade, aquilo que eu tinha tanto e te falava sempre. E quando você finalmente discar meu número, ele estará ocupado demais, ou nem será mais o mesmo, ou até eu nem queira atender. E se você bater na minha porta ela estará muito trancada, se aberta, mostrará uma casa vazia. Seus olhos te ensinarão o que são lágrimas, aquelas que eu te disse que ardiam tanto. O nome do enjôo que você vai sentir é arrependimento, e a falta de fome que virá chama-se tristeza. Então quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhar com os meus olhos encantados.. você encontrará a famosa solidão; A partir daí oque acontecerá, chama-se surpresa e provavelmente o rémedio para todas essas sensações acima: é o tal do tempo em que você tanto falava.

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